sábado, 31 de janeiro de 2009

Suas casas


Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais

Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais

Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim.
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
Meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal

Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais...

(Casa no Campo /
Elis Regina - Composição: Zé Rodrix e Tavito)


Legenda - Foto1: Casa da D. Estela; Foto 2: Casa da Tia Juraci; Foto 3: Casa da vovó Dodô.

Batendo um papo com Serafim

(Vídeo caseiro gravado em Jan/2009)

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Moradores mais que especiais...

TIA LETÍCIA



Letícia Ferreira de Souza, a nossa "Tia Letícia", é o orgulho dos cordeirenses. Aos 109 anos e muito lúcida, mora sozinha em uma pequena casa do povoado. Uma senhorinha muito carinhosa, que adora bonecas e está sempre escutando as missas católicas em seu radinho.
Tia Letícia é filha de Vicente Ferreira de Souza e Maria da Conceição Pereira, nasceu no Buriti em 30 de Dezembro de 1901. Numa família de oito irmãos, é a mais velha das mulheres. Nunca se casou, ela conta que se apaixonou uma única vez por um rapaz chamado José, namorou por oito anos, mas seu pai não autorizou o casamento, desde então preferiu ficar sozinha, não teve filhos, dedicou grande parte de sua vida cuidando dos sobrinhos.
Uma mulher guerreira que merece sempre nossas homenagens...

Um pouco da história...


Há mais de um século, em 1887, era construída a primeira casa de Cordeiros. Lá morou Joaquim Leal de Moura, sua esposa Luíza Martins do Amaral e seus filhos: João, Sebastião, José, Maria, Domingos e Diolinda.
A segunda casa do povoado fora construída somente anos mais tarde, em 1933, por um dos filhos de Joaquim Leal, Domingos. (Ao lado foto atual da casa)
Na época, outro fato importante ocorreu, a criação de uma Folia de Reis. A idéia foi de Sebastião, que reuniu seus irmãos e dois cunhados para o grupo. A Folia era simples, mas fervorosa em sua fé.
Em certa ocasião, os foliões receberam um estranho convite, Antônio Beltrão, um fazendeiro que dizia ser contra a religião católica, chamou os foliões para irem até sua casa. Todos ficaram receosos, no entanto, foram. Tamanha foi a surpresa que tiveram, Beltrão os recebeu com muita atenção e alegria, distribuiu esmolas a seus empregados e ofereceu mesa farta para todos tomarem café.
Beltrão ficou tão animado que sugeriu a Joaquim, pai dos foliões, a construção de uma capela de Santos Reis. A idéia foi muito bem acolhida e os foliões empenharam-se para torná-la realidade.
Em 1937 morre Joaquim Leal, dois anos depois é marcado pelo padre Pedro da cidade de Bocaiúva o lugar onde seria construída a capela.
A construção da capela terminou em 1943. A primeira missa foi celebrada em 1946 pelo padre Sérgio Ribeiro, de Carbonita.
Anos antes, em 1941, era construída a primeira escola do povoado, a princípio as aulas eram realizadas em um salão construído por Domingos Leal. Maria dos Anjos Câmara foi a primeira professora.
A escola era financiada pelos pais das crianças, só em 1943 que foi construída a primeira escola municipal.
Avançando um pouco na história... vamos para 1965, ano em que Moacir Leal de Moura, filho de José Leal de Moura e neto de Joaquim Leal, passou a ser tesoureiro da Igreja de Santos Reis e administrador do patrimônio de Cordeiros. Moacir é casado com D. Estela (Ver foto atual) que à época era zeladora da Igreja, professora e enfermeira do miniposto de saúde.

Durante muitos anos o povo de Cordeiros sofreu com a falta de água em suas casas, era preciso andar 500 metros até o rio Jequitinhonha. José Gabriel de Oliveira, Vigário de Cordeiros, sensibilizado com o problema foi até o prefeito de Bocaiúva pedir canos para que ele e os comerciantes da região fizessem a instalação. A obra foi um sucesso, foi grande a alegria e animação dos moradores, isso em 1974.
No ano de 1982 a luz elétrica chegou ao povoado e em 1991 foi inaugurada a torre de televisão.


(Agradecimento especial a D. Estela Leal que gentilmente cedeu os materiais necessários para esta pequena pesquisa.)

Reforma da Igreja


A Igreja de Santos Reis da comunidade de Cordeiros foi reformada recentemente.
Através de arrecadações em festas, bazares, doações e dos esforços de toda a comunidade, em especial Marisa e Jadir, foi possível realizar a pintura das paredes, a reforma no telhado e o piso. Olha só como ficou...
Obs.: Clique nas fotos para vê-las em tamanho ampliado.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Festa de Santos Reis - 2009



Este ano a tradicional Festa de Santos Reis, realizada todo mês de Julho em Cordeiros, será organizada pelos jovens(moradores, ex-moradores, filhos, netos, vizinhos e amigos dos Cordeirenses).
A festa esta prevista para o terceiro fim de semana de Julho (dias 17, 18 e 19), precisamos agitar os possíveis eventos e reunir toda a galera!!
Quem tiver interesse em participar, traga suas sugestões para a programação da festa, dicas de transporte para quem mora longe... deixe seu comentário e ajude no que puder! = )

Rio Jequitinhonha



O Rio Jequitinhonha é um rio brasileiro que banha os estados de Minas Gerais e da Bahia.

Ele nasce na região da cidade de Serro, atravessa o nordeste do Estado de Minas Gerais e deságua no Oceano Atlântico, em Belmonte, no estado da Bahia. Percorre uma das regiões mais pobres do Brasil e do mundo, denominada Vale do Jequitinhonha. Perto de suas nascentes fica a cidade de Diamantina; outras cidades da bacia são Araçuaí, Itinga, Jequitinhonha, Almenara, Itaobim e outras.

O Vale do rio Jequitinhonha, apesar de ser uma das regiões mais pobres do Brasil, abriga uma cultura peculiar, que se revela nas manifestações populares únicas, ligadas aos mitos da natureza, à navegação e as lendas; e se manifestam no rico artesanato de barro, nas expressões musicais e folclóricas.

O nome do rio Jequitinhonha se originou do nome da cidade e o termo, na linguagem indígena, quer dizer: no Jequi tem onha(ou seja, no Jequi tem peixe, usados pelos índios botocudos, que habitaram a região, na confluência com o rio São Miguel.

(Fonte: Wikipédia)

E você já conhece o Rio Jequitinhonha? Quem vai até Cordeiros dificilmente resiste a um mergulho, ainda mais agora que as águas estão limpinhas. Bom dimais da conta sô!

Inspiração



Galo cantou
Madrugada na Campina
Manhã menina
Tá na flor do meu jardim
Hoje é domingo
Me desculpe eu tô sem pressa
Nem preciso de conversa
Não há nada prá cumprir
Passar o dia
Ouvindo o som de uma viola
Eu quero que o mundo agora
Se mostre pros bem-te-vi
Mando daqui das bandas do rural lembranças
Vibrações da nova hora
Prá você que não tá aqui

Amanhecer
é uma lição do universo
Que nos ensina
Que é preciso renascer
O novo amanhece
O novo amanhece

Já tem rolinha
Lá no terreiro varrido
E o orvalho brilha
Como pétalas ao sol
Tem uma sombra
Que caminha pras montanhas
Se espelhando feito alma
Por dentro do matagal
E quanto mais
A luz vai invadindo a terra
O que a noite não revela
O dia mostra prá mim
A rádio agora
Tá tocando Rancho Fundo
Somos só eu e mundo
E tudo começa aqui

(Raízes - Renato Teixeira)